Right Here - Capítulo 2



- Mas que letra pequen- fui surpreendida por um grande impacto. Caí de bunda no chão e a pessoa que tropeçou em mim caiu para o lado oposto - Que entrada triunfal - eu sussurrei assustada olhando para o garoto a minha frente.

- Mais que merda! - ele me olhou indignado - Olha o que você fez! - ele bufou nervoso. É, eu derrubei todos os seus livros no chão. 

Eu engoli seco - Me desculpe eu não... 

- Você podia olhar por onde anda! - ele disse ríspido enquanto pegava seus livros e papéis que estavam esparramados pelo chão. Eu sei, fui uma completa desastrada. Mas isso não significa que seja necessário gritar assim comigo!

Olhei indignada na sua direção. Ele se levantou e me lançou um olhar de ódio. Ótimo! Já tenho um inimigo. Ele revirou os olhos e saiu andando. Dava passos pesados e todos a sua volta abriam espaço para a sua passagem. De repente foi subindo uma raiva, irritação... Antipático! Quem ele pensa que é?! O rei dessa droga de escola?! 

Bufei enquanto pegava a minha mochila e folha que estavam no chão. Olhei em volta e paralisei. Todos olhavam na minha direção. Uns riam e outros apenas encaravam. Droga! 

Mordi os lábios e continuei andando. Minhas bochechas queimavam enquanto meus olhos tentavam encontrar essa droga de secretaria. 

- Caramba! Que grande show, hein - uma garota disse olhando na minha direção.

- Oi? - olhei confusa.

- Você definitivamente derrubou o rei da cocada preta! - ela disse rindo - Prazer, sou Megan - ela sorriu estendendo a mão. 

- Ah - eu ri sem graça e apertei a mão dela - Sou Jéssica.

- É nova aqui, não é? - eu assenti - Quer ajuda? 

- Oh, sim! Estou tentando encontrar a secretaria...

- Beleza, eu te levo até lá. Vem comigo - ela sorriu pegando na minha mão e me levando com ela. 

Megan era linda. Cabelos castanhos, olhos azuis e sorriso brilhante. Ela parecia ser boa pessoa, me ajudou a encontrar a secretaria, me ensinou a fechar meu armário e me mostrou onde era a sala da minha primeira aula. Acho que seremos grandes amigas! 

[...]

A próxima aula seria biologia. Depois de tanto procurar a sala eu finalmente encontrei. Bati na porta e ouvi um 'entra'. Entrei, meio envergonhada afinal eu cheguei meio atrasada! O professor e o resto da sala olhou pra mim e eu corei. Engoli seco e andei em direção a mesa. 

- Olá, meu nome é Jéssica e eu sou nova aqui. Desculpe pela demora, eu me perdi - quando disse isso metade da sala riu da minha cara. 

- Jéssica? Ok, sente-se ali, ao lado do Sr Parnell, que estava nos dando uma aula de educação, não é mesmo? - ele disse olhando para o fundo da sala. Olhei na mesma direção e... Droga! Ele não! Podia ser qualquer um menos ele! O 'Sr. Parnell', que no caso era o rei da cocada preta que me derrubou, encarava o professor como se fosse avançar nele. 

- Vá para o seu lugar, Srta. Parker. - ele disse mexendo em alguns papéis que estavam na mesa. 

Suspirei e fui andando em direção ao meu lugar. Percebi que metade das garotas me olhavam com raiva. Hum... Parece que esse antipático é desejado por muitas delas. Cheguei ao lado dele e me sentei. Ele soltou um longo suspiro de impaciência e eu revirei os olhos.

Esse garoto deve ter algum tipo de problema, não é possível! O que ele acha que é? O que as pessoas dessa escola acham que ele é? Meu Deus! Ele é só mais um cara!

O professor começou a explicar a matéria e eu fui anotando tudo que ele dizia. Olhei discretamente para o lado e lá estava ele, ouvindo música. Ri baixinho e continuei anotando. Mas uns segundos depois eu percebi que ele aumentou demais a música e estava começando a me incomodar.

- Por favor, abaixa um pouco - eu disse, mas sem olhar pra ele.

Nada.

- Ei, eu disse por favor - eu disse anotando.

Nada.

Então eu olhei pra ele que estava com um sorrisinho irônico nos lábios. AAARGH! Eu bufei e arranquei seus fones de uma vez só. Ele me olhou assustado e logo depois com ódio.

- Será que você por favor pode abaixar essa droga?! - eu disse ríspida. Ele bufou.

- E será que dá pra você sair daqui? - ele disse calmo, mas irônico.

- Não, não dá. Eu infelizmente fui obrigada a sentar aqui.

- Por que você é tão chata? - ele riu.

- E por que você é tão babaca? - ele fechou a cara.


- Hey, aí atrás! - o professor exclamou - Será que dá pra fazer silêncio? Eu estou tentando dar uma aula aqui, se vocês não perceberam.

- Desculpa professor - senti minhas bochechas esquentarem. Parnell apenas riu e colocou os fones de volta no ouvido. É, parece que eu vou sofrer.

[...]

Quando todas as aulas acabaram eu fui pro meu armário guardar os livros. Enquanto eu organizava tudo, ouvi umas risadas. Olhei para os lados e encontrei de onde vinha. Eram duas pessoas, o tal do Parnell e a garota que me ignorou hoje mais cedo. Semicerrei os olhos e continuei o que estava fazendo.

Parnell e a garota, aparentemente estavam saindo de uma sala. Um tipo de depósito ou sei lá. As roupas amassadas, cabelos bagunçados... Não precisa ser um gênio pra saber o que eles estavam fazendo, não é?

Eu revirei os olhos e continuei organizando meus livros. Vi por visão periférica que eles começaram a se beijar de um jeito indecente. Parnell pegava a garota pelas nádegas e a prensava na parede. Mais que pouca vergonha! Bufei e peguei minha bolsa, fechando meu armário e logo depois saindo do colégio.

Eu iria pra casa andando. Estava distraída, olhando os detalhes da rua quando uma buzina me chamou a atenção. Olhei para o lado e vi Megan dirigindo um Volvo C30 preto. Eu sorri e acenei.

- E aí? Quer uma carona? - ela sorriu.

- Ahn, não quero incomodar - eu sorri sem graça.

- Vamos Jéssica - ela riu - não vai ser incomodo nenhum!

Eu sorri, meio envergonhada e dei a volta no carro, entrando no banco do passageiro. - Lindo carro - eu disse impressionada - Volvo C30? É um belo carro.

- É um volvo sim - ela sorriu - É o favorito do meu pai, sabe... Ele me deu de presente no meu aniversário de 16 anos. - Eu sorri e nós começamos a conversar.

O caminho até minha casa foi bem divertido. Eu me soltei bastante e ri bastante do que a Meg dizia. Descobri que ela tem um gosto musical parecido com o meu, que assiste Friends e que odeia batatas fritas.

- Mas e aí? Fiquei sabendo que você sentou ao lado do Justin na aula de biologia...

- Justin?

- É, o rei da cocada preta - ela riu.

- O Parnell? O nome dele é Justin?

- Sim - ela fez uma cara engraçada - Parnell? Você chama ele de Parnell? - ela riu mais.

- Eu não o chamo - eu disse emburrada - E ele é um saco.

- Sério que você não tá apaixonadinha pelo Justin? Porque todas naquela escola são! - revirou os olhos - Menos eu, é claro. Estou interessada no melhor amigo do Justin.

- Eu não tô apaixonada por ele! E espera, melhor amigo? Você é apaixonada pelo melhor amigo dele? - eu sorri - Vocês já conversaram?

- Na verdade somos melhores amigos - ela corou - Eu sempre tive uma queda por ele, mas eu tenho impressão de que ele só me vê como a irmãzinha mais nova dele, entende?

- Entendo... - eu disse pensativa - Mas você deveria falar com ele, ou perguntar qual garota da escola ele namoraria... Já pensou se ele diz "você"? - eu sorri.

- Eu sei, já tentei dizer muitas vezes algo do tipo mas eu nunca consigo! - ela fez um biquinho - Eu tenho medo de ser rejeitada.

- Rejeitada? Você é tão linda - ela sorriu enquanto virava  a esquina da minha casa - Acho que você deveria tentar. - eu sorri - Muito obrigada pela carona, Meg - eu disse.

- De nada! Ah, e eu vou tentar! - ela sorriu e eu saí do carro.

Foi um bom primeiro dia, pra alguém que nem fazia amigos - eu sorri. Entrei em casa e encontrei a casa cheia de caixas e minha mãe lá, tentando organizar aquela bagunça.

- Oi filha! Como foi?

- Foi bom - eu sorri - Fiz uma amiga.

- Sério? Como é o nome dela? Onde ela mora? Você tem o telefone dela? Vamos chamar ela pra- eu a interrompi.

- Mãe! - eu arregalei os olhos - Calma, eu acabei de conhecer a garota! - eu ri.

- Ah querida, me desculpe. Você não sabe o quanto eu torço por você - ela sorriu e veio me abraçar - Eu sinto tanto por você ter que reconstruir tudo de novo e de novo. Eu sei que o seu pai quase não para em casa, mas isso é para o seu bem meu amor. Ele está pensando em você e o único motivo pelo qual nos mudamos tanto é porque ele estava procurando um bom lugar pra você. Ele acredita que encontrou e eu também - ela beijou minha testa - Eu espero que você consiga ser feliz aqui, porque acho que nós realmente encontramos o nosso lugar. 

- É eu espero - eu sorri fraquinho e a abracei. 

Depois de tomar banho, jantar e colocar o pijama, eu subi para o meu quarto e peguei meu notebook. Fiquei mexendo em algumas redes sociais quando encontrei o perfil do Justin.

Justin Drake Parnell - 17 anos
Amigos: 2.985

Não sei bem o porquê, mas eu estava fuçando no perfil dele. Fotos, gostos musicais, recados no mural. Enfim, tudo. Tinham algumas fotos dele em baladas, fotos de garotas, marcações em várias publicações... Típicas características de pessoas populares. Tinham recadinhos de garotas do tipo "Justin, sexta a noite ainda está de pé?" "Adorei o que você fez ontem. Quando podemos repetir?". É, parece que esse cara é mesmo popular. Como pode? É tão chato.

Semicerrei os olhos e fechei o notebook - O que diabos estou fazendo?! Que se dane esse garoto! - disse pra mim mesma e coloquei meu computador na cômoda. Logo após fui dormir pensando no dia de hoje.

Continua...

O capítulo de hoje foi maiorzinho, vai! E aí? Gostaram? Por favor, comentem o que estão achando, se querem continuar ou o que acham que vai acontecer! @docekidrauhl

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